sábado, 23 de abril de 2016

FADO DA ENSEADA

A minha alma está manchada
E o meu corpo é uma cilada
Pensava sempre que era eu
Pensava sempre que era eu

A minha alma está viciada
Num corpo de noite errada
Pensei sempre que fosse eu
Pensei sempre que fosse eu

Meu coração ficou na praia
Numa enseada abandonada
Pensei sempre que fosse o meu
Pensei sempre que fosse o meu

Quando eu morrer serei a estrada
Tão remoída e esburacada
A minha alma não esqueceu
O coração é que morreu!


XXIII - IV - MMXVI