quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

NEGRA HORA

Chegou a negra hora
As setes trompetas celestiais relincham a norte
Será a vida será a morte?
O vento fustigante fumega do nariz de um minotauro
Uma brisa leve tão leve quanto u tempos sobre u tempos
Vem reanimar meus níveos ossos tecidos da saudade
Vem-me cortar vem-me escalar
Cuspir minha alma ao precipício para  a cidade a tragar
Vem gangrenar os dedos que te acariciam
Vem chupar as costelas que te sustentam
Serei tudo se me quiserem
Serei a praça embebida em vinho
Serei o melhor que Deus dou
Serei o cigarro com o cimbalino
Serei Calipo serei Epá
Serei o choro de menino
Serei as noites em que o tempo parou
Sou Eu a luz nesta cidade sem-abrigo
Sou Eu o mar que engole Lisboa


XVI / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro








segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Tareco, o Gatito do Infinito (Submerse Universe)

Cambridge cinzenta mas atlética
A fome do parvo é fomentalidade anoréctica
Vamos de canoa até ao fim da noite
Se houver um tipi onde se pernoite
Havemos de sarar estas vis ondas de mar
Se ovos sem leite se o café tem leite
O lince há-de rosnar sem nada mudar
Nas densas matas me encontrei
Nos alter egos de Figo e Jay Jay
Datas por números itálicos eu cambiei
Segredei dos consórcios eu cronicei
Cárceres de mato comícios de prato
Parafraseando rogando por malabares
estrábicos olhares
díspares esgares
nA ordem do caos um pires de leite
Para Tareco o Gato Cósmico alimentar suas buñuelas
Vai no leito rarefeito carcomendo e  crescendêlas
Maurice Precipíce  o sr. Roubado de Odivelas
Tareco o Gato Epilépte, Tareco o Gatito do Infinito
QUe por via esquálida tinta
cospe o fogo do verse, submerse Universe



XXIV / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro



Royal


Na calçada despejei uma escarra
De amarelo tom e de verde paladar
Se dou por mim a mastigar a Julieta
Minhas mãos fosforescem no ar
Na calçada despejo uma escada
No colarinho uma mancha de vinho
Lá na cave diz que fazem empadas
Para os gordos encherem o focinho
Calma uretra camiseta
giacometti m'Álivia
Me livra da porcaria q'rodopia
Punheta Holandesa à maneta
Morrisete do Maracanã
Queimadura química de hortelã
Bebé chupa da proveta
SAlve-se a Royal gelatine

XXIII / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro


sábado, 22 de fevereiro de 2014

WORLD MASSALA

A escuridão encheu a sala
Os rostos dos espectadores análogos a luas flutuantes
Ainda assim não se vê vivalma
Um grilhão em torno de pernas e pescoço
O corpo é a única coisa que nos impede de flutuar
Tenho margaridas a tapar-me a vista
Searas de corpos ou desnudos ou desmembrados
Aldeias, cidades, gente por cima de gente
Mares de braços, praias de pernas
O Mundo dança à roda à roda
Ginga uma dança e África pula
A anca balança e o Japão treme
A América dos verdes dos brancos e dos vermelhos
O Mundo uma panela cheia de odores e possibilidades
O algodão do tempo traz e leva a sabedoria
E a alma vai caindo num poço sem fundo


XXII / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro


IGREJAS DE VIDA

TUdo mudo
Sempre Nada
A alma ou a vida?
ESpreme a empada
Carpa celta moura esbelta
Crua vulupia corpo de polpa
Solta a rola amarela broa
Druída de esquina fruta transpalpina
Gruta onde chutá sopa ampola furatruta
Cospe a cidade ri da maldade vomita estrelas no pull da idade
Floresce cipreste alma ser alma tédio
Mostra o ver sem ceder ao crer do visto feder~
Deixa ser se tiver de ser nunca muros sempre pontes erguer
O que não tocas não destroças nem vais às focas nem deixas mossas
Se eu deixo não dou pretexto nem mais nem menos frio é o beijo
E não te canses porque ao vento estou atento é ele quem me dá alento
Vou-te encontrar vou-te estripar exibir tuas entranhas ao luar
Para que vejas para que não sejas mais um desses nas igrejassssss
Nas Igrejas de vida igrejas fingidas igrejas pop capital acima




XXII / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro

VERDE NEBLINA (Green Haze)

O vento instigado pela fera
Vai secando as papoulas aos cemitérios
Vai intoxicando em verde neblina
Quem pela giesta foi já era
Quem por seus mil vitupérios
Se entregou à carnificina
Impôs cruel sentença na menina
Embaciada da cauda crível
Sobre o mar gozada despejada
A Alma cede e não se paga
Mar do Ar de me encantar
De bordoada esmagá empada
E se de vil não ceder nada
Bordoada no alguidar
Cult Cop or Cult Pop?
Concertina dos PALOP
Mariquinha di Hip Hop
Escarlatina killed the mob
Nem por um minuto
Pombo frio no cucuruto
Asa leve mas sempre fede
Sapo de ouro ou sapo de couro?
Sempre surpreendente sempre prevísivel
De olhos cegos e sufocar inaudível
O teu bolo não é tesouro
É a bosta de um califa mouro
Embolada num tapete escouro
Racionada por um mercador de esquina
Que nos espera encoberto na verde neblina


XXII / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

EU e TU



Meus dedos gordurentos teu cabelo imaculado
Ao percorrê-los em sambá-los olhos meus purgo
De meus vidros sua areia idiossincrasias vagas
Minhas memórias remoídas uma pedra mil calçadas
Como as percorri(?) a gatinhar(?)
Como as percorri(?) sem as gastar(?)
O teu mar sem sarar qualquer coisa de luar
Vem-me amar sem parar vem meu joío afogar
E o meu trigo que furtivo caça moiro rumo ao perigo
Quero sussurar que te quero quero lamber o teu ouvido
Quero morder teu coração quero que mordas meu que é teu
És o deserto que avança e o oásis da cidade
És a sombra que me persegue e o luto que já morreu
Meu orgulho tão rasgado nos amores sem idade
Nas águas do teu olhar vi morrer meu ser ateu
E contudo tão no fundo soube a acre ser saudade
Afinal és desigual mar de ti marginal
Afinal há distância o mesmo perigo a mesma ânsia
Cal da pele não é mel é sangue de si mais espesso Ó fel
O Amor azul e o amor vermelho
O amor entre uma barata e um escaravelho
quem me dera ter dedos para te tecer
quem me dera ter dedos para te entreter
quem me dera ter braços para te abraçar
quem me dera ter braços para te amaciar
Teus cabelos são os laços que me unem
Seus fios inenterruptos o destino do Homem
Se o Sol me tisnar que nasçam ourados
Se a pele me findar que se inicie o maior dos ciclos
Não há olhos nem cara há um terçolho apoteótico
Não há cara nem leque há um cobertor de verdade
Não há verdade nem mentira há só Eu e Tu


XX / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Shrine

His fingers sweep his tangling broom
And so far away the ocean cries
The single thought of the ocean
Makes his eyes bleed the staring skies
Crystal clear shall his  crystal vision be
Standing tall amid the iron breakers
Lying so dead beneath the tide
Crawling crab, call my bride
You know our taste is burning wild
I know I can never let you run free
Shattered you are and me all there's pride
Can't let you slide trough my rusty hands
Not when the sand of your eyes lie
All my being's struggling to survive
Now that I sway o'bride o'mine
Now that your body is my whol'shrine


XV / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro

O REINO (e a magia)


- Oh puto anda cá! (Hey kid come here!)
- Queres comprar magia ou não queres comprar magia? (You want to buy some magic or not?)


na vida não há meios termos
nem para os odores ou até mesmo para a magia
quem cheira branca cheira sempre bem
quem gosta de fruta há-de sempre fumar ervilhas
passo a passo lento0
dedo a dedo docemente
dormito no divã
meus braços, hirtos
abertos como os de Jesus
Picados, macerados
a agulha perfura-lhe a crosta
o prego perfura-lhe a mão
O prego martela-lhe a cabeça
A cabeça martela-me o prego
A carótida conseguiu entesar-me sem tesão
já nada sei, nada que não esteja aqui
Esta Coroa, este Reino
Sirvão o poder quando o poder é Maior
Sirvão os serventes que é dos serventes que vem o poder
Obedeção a tudo quanto comerem desde que também vos comam a vocês
Temos muitos habitantes, muitos espaços
olhos baços, polícias e palhaços
somos o império da memória
somos os descendentes do império
do império dos sem memória
o paulo portas tem sida
o gaspar teve uma overdose
e o cavaco tem alzheimer
A Coroa são os espinhos
Três coroas de desatino
Este peso não é meu
Saboreei-o ao caramelo dos Homens e do Mundo
Agridoce como tudo quanto é doce
Mas fluído tão fruído tão doce
Há muito mais sobre o Céu e a Terra do que imagina a tua vã filosofia Horácio
Da água do Mar e dos Seus peixes
sou filho Dele, somos todos filhos Dele




XIII / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

WHAT ABOUT DEM BEANS ??

Dá-me daqueles feijões
Dos vermelhos e dos sem cor
A transparência tornou-se causa
Os tremoços ganharam furor
Se vinte e um é século e meio
O futuro é corvo que ri
Do negrume de calar a noite
Do machado disfarçado da foice
E os filhos que já nem nascem?
Dos pais que não serão
E as cearas que já nem crescem?
E os Homens que já nem vão?


VIII / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro



terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

The City gets High on Paranoia


The concrete floors rise like skies
The blue orchids lie around
high heels short skirt we all know the sound
And while you're thinking of what to say
The wolves the dawn comes out to play
The crushed plastic the melted glass arrives shore
The night is graceless shivering child trough the wilderness
The though of it makes me wanna scramble some eggs
And pour some leite creme over it
O arroz doce do teu vinagre
Sobra sempre para a feijoada
As ruas estão cheias as pessoas estão cheias
O declive da subida, 4 ruas na colina
O cabedal endurecido tão rijo como o ouvido
O som estrondoso maquiavélico patético
A rima corria, sangria, a onda e a praia
Maldita sudumita crioula bonita
O bar de xadrez à ordem do freguês
O barman maltês o piano e o francês
O choque tão choque tão inesperado toque
O cabelo tão vermelho quanto os olhos do meio
Trajava a ceara pele de camelo e gafanhoto
Se não os comia guardava para almoço
Arrotava arrojava entrelaçava a cidade
A palmada tão bem dada tão carente que ela tava
Um abraço, dá-me espaço, dá-me poder de embalo
Carência elouquência tão fácil tão ourado
O Bairro dos bairros senão isto é um assalto !!
Baixa rebaixa avenida da esquina
Lisboa tão boa carece de proa
que cante que encante que alcance o nii plange
a alegria o aborto o cáspio tremoço
o caviar o enrabar o cardar até estourar
tanta estória sem história sem fuga nem glória
Cassete epilépte imagem que disterce
o lixo a escumulha onde mija a gandaia
its so true that the wood tells the man what to do
hes so true hes so blue that he only thinks of cu
gave me boner & took me boner & took me heart & took me money
think its funny & think its tranny & think its mtfkin bunny
up the stairs & down the stairs & we'll be selling tupperwares
call the elevator & remove the Escalator & take a shower & thank the waiter
now u smilin now u cryin now your ass's inside a truck
gonna cut you gonna roll you in a banana spring roll
now u see me now u dont now im rolling up a joint
dont you know didnt you know we call the fingers by their toes
ISpeed IClone i lift i owned these walls are so tight like lightning we'll strike
cut leaf, my own, own grown, ki son kizomba
a bunda da júlia cantada é paracetamol
bebé indonésio fuma 40 cigarros p/ dia
tiger found dead in the cage
rolling two joints gives you cancer
and growing two nuts is good for veggies
wicked insidious prick of son !!
the warm wood is waiting beside the divan
bring it quick and bring it fast
you know we weren't built to last


XII / II / MMIV
Luís Alves Carpinteiro

È TEMPO

Fui serpente em busca de Eva
Quando eu próprio crio eu próprio mato
Fui pele de carneiro e fome de gafanhoto
Quando eu próprio crio eu próprio mato
Rugiu o Manel do Anonimato
De uma rã, de um sapo
Divinas cores. laranjas odores
en México se habla en español ese
mucha borracheria, pero sólo la tequilla
nos hace bailar y cantar como en los viejos tiempos
O verde o verde o verde o verde
O vermelho vermelho vermelho vermelho
Carece a carícia de carpa malícia
Dos olhos que pastam e os anos que tragam
Mordido o ruído que roí o ouvido
Castigo assumido, crioulo atingido
Rasgar o luar, bater o sino, embroar
Cachimbo, tão lindo, subindo assíduo
Ao vento, ao tempo. surpreende? às vezes
Sabendo que no tempo me cria
Sabendo que no tempo me mata


XII / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro

The Yellow Sense of the World

Those where the days
The yellow sense of the world
The crying wool cried his wolf
The shining sun ruled the world
The sound of steps was nuissance
The pour of sweat was useless
Crow Corvette was bulletproof
And part of me was bionichal
It's all so fkin useless anyways
As times goes by
The tears you'll dry
Can't sing boom bye bye
The popcorn's frying and I know Jack pie


XI / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro


ALLEGRO


Hopefully I'm able to climb through the wall
And get rid of this Malware Gutter Mouth
I know there's a taste of me in heaven
A distinguish guest in a humble house
Troubling the peace of the innocent kind
Drinking the juice of the Earth !
I need to leave
I long to stray
Summertime is willing to pay
A round of children through a play
A round of bullets go astray
Minutes, sounds of nimbling tide
Sends the Millers through their pride
In the cabinet stinging wild
There's a pilot and his bride
He bites her niples, climbs her side
Turns her around and slaps behind
Should he turn the fox inside
Or should I slide across you swine
The games are loaded, loaded guns
The maths are crazy as fast as the sun
The header is crime to good for wine
Allegro, Milagro, suíno e petardo

XI / II / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro