quarta-feira, 10 de agosto de 2022

A LINHA

 

Ó linha da minha tristeza e da minha alegria

Que serpenteias como uma bala ao vento

5 estações bastam para chegar ao topo da avenida


Pontas dos dedos queimadas pela lixívia

D'uma vida toda a lavar as escadas dos palácios dos outros

Toda a raiva contida num baque surdo

Toda a raiva subterrânea que agora transborda dos esgotos


A multidão acotovela-se mas ombreia

E o comboio desliza rumo à serra lunar

O mundo roda para fora do eixo

A cidade dorme e não esquece