Escrevo neste papel timbrado de lágrimas
Sobre o cadáver fresco do nosso amor
Mergulho numa lagoa de águas acérrimas
Onde flutuam as pétalas da defunta flor
Qual foi a herança por ti deixada?
Quando a tua sombra me assombra pela madrugada
A nossa morte foi velada pela noite cerrada
Foi quebrada uma promessa pelos astros selada
A lágrima cai no papel em tinta metamorfoseada
Onde escrevo com as mãos que deixaste vazias
O coração fraqueja, o peito arqueja, o ar é quase nada
Uma sepultura para dois, era isto o que querias?
No vácuo inerte dos meus braços
Jaz agora o meu mundo em pedaços
Mais uma vez tropeço nos meus passos
Por calçadas tristes e amores escassos
Poema a duas mãos com Jinx