Continuo à espera do fim do tempo
Continuo à espera que traga vento
O tempo que ao passar lento
Adia a vida que tenho dentro
E quantas mais se passarão
Noites vagas e sem paixão
Até que entre em ebulição
Este pesado coração que carrego na mão?
Ó tempo que corre e jamais espera
Que passas lento e és a quimera
Que passas célere e és a fera
Devoras o Homem, devoras a Era
Concede-me um tempo no espaço
Que a vontade do Homem é de aço
A carne é que não dura
A alma é que não murmura
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