domingo, 5 de maio de 2013

POÇO (Well)

Silencioso me assento esperando minha vida
Sibiloso espero que ma tragam
Que outros ma tragam?
Que outros ma vivem?
Meus destroços alguém espalhou de maldade
Recolheu os que quis
Rapinou os que quis
Os que não quis deixei ir
E agora nada sei
Não me recorda de querer o que quis
Não me recorda de dar o que dei
As minhas funestas cobiças
São saudades, trindades, agonias
São minhas cadentes alegrias
Venenos do espírito meu
Pelos quais me conduzi sem nada conduzir
Nem o vento, nem o tempo, nem nada
Não penso muito não
E o que pensei não me atrevo a pensar
Sempre e outra vez
Me tombo nesse poço tão fundo
Sonoro espinhoso, é certo
Mas meu par sem par tão fundo


Luís Alves Carpinteiro




Sem comentários:

Enviar um comentário