domingo, 6 de abril de 2014

MONSTRUÁRIO


Esta  é uma canção para a crença
Cantem-na suavemente pois a crença é experiente
Cantem-na abruptamente pois a crença é servente
Que a crença tem braços como um corpo gigante
Têm tentáculos como um polvo usurpante
Têm espinhos como um poço sem fundo
São estes os grilhões que sustentam o mundo
São estes os mundos que demos ao mundo
Mil e uma maneiras de suster
Mil e uma maneiras de morrer
Morrer dentro do mundo
Morrer dentro de nós mesmos quando somos o mundo
Que ser humano é ser alienígena
É ver as pirâmides do alto do prisma
É combinar encontro com os olhos
Deixá-los pendurados
Mandar-lhes pedras e fugir-lhes
É subir à montanha
É mergulhar no vulcão
E emergir sem vida


VI / IV / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro







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