terça-feira, 1 de abril de 2014

SOU UMA FORMIGA PORRA SOU UMA FORMIGA


Sou tudo se o disserem de mim
Sou tudo sou todo todo até ao fim
Sou cúpula de panteão
Sou calçada de bica
Tenho esta sede de cão
Sou o lobo que s'inabita
Sou cordeiro endiabrado
foge dos becos aos becos à alma
Sou chifrudo sou corcovado
Sinto ser, caminho vago
Distorço vil rumo à desalma
E chifro em-contra-a-carapaça
desalinho cruínho deixo cuspo no vinho
Disterço-me, rio-me, rito-mo
sozinho.
(...)
Mas como se...
Não sou grande...
Não sou grande para a solidão
Não...
foda-se!
Sou desgraça!
Destendo os ombros e a cabeça caí
Parto os dentes e a língua fly-fly
E as mangas eternas...
imaginárias, soltas, rumino, termino
Rumàcidade eu caminho eu sozinho.
e inho e inho. e inho e inho.
Deixo o corpo seguir Seu caminho
e inho e inho. e inho e inho.
A sombra persegue ofegue ou fede
E o corpo persegue o rosto e o rosto persegue o corpo
E o rosto  persegue o corpo que persegue o rosto
Da bainha eu desembainho a espada o destino
Do destino eu desembainho as flores o burmoinho
E...
(..)
Sou Eu
Eu...
Sou Eu finalmente quem insurge e desinsurge
Ressurge se o Céu for grande e grande E GRANDE
Oh grande!
Mas como se...
Não sou grande...
Sou uma tremenda formiga
Porra!
Sou uma formiga, outra vez
SOU EU eu eu eu


I / IV / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro










Não podeis olvidar porém
Obstante sou também o que não dizeis de mim

Sem comentários:

Enviar um comentário