quarta-feira, 5 de março de 2014
MEIO-DIA
A minha vida é um filme de cowboys
Meu chispe crestado dos mil sóis
Meus olhos toldados da pouquíssima memória
Firmes, pestanejantes da hora que também nos cavalga
Tremo sobre os tremendos ossos das mãos
Faço a frente aos meus inimigos
Sinto-me engatilhado, prestes a explodir
Fizemos a cama na encruzilhada
Fizemos o dia na encruzilhada
E agora um de nós tem de morrer
A dor de matar é menor que a dor de morrer
O sangue é mais doce que o mel
E na noite que não deixámos morrer calada
Desfazemos a cama e morremos os dois
12:00
V / III / MMXIV
Luís Alves Carpinteiro
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